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BRICS - Mais países solicitaram ingresso ao bloco

GLOBALIZAÇÃO E MERCOSUL

01 de julho de 2024
TodoElCampo - Tradução livre: www.terraviva.com.br Imagem de Gordon Johnson por Pixabay

BRICS – O Primeiro Ministro da Malásia, Anwar Ibrahim, disse que o país está pronto para passar pelos procedimentos formais para unir-se aos Brics. O governo da Malásia espera a resposta e os resultados finais da África do Sul, disse Anwar para o site de notícias Guancha, com sede em Xangai.



Na Cúpula dos Ministros de Relações Exteriores dos BRICS realizada em junho, na Rússia, a ministra das relações exteriores da Tailândia, Maris Sangiampongsa, disse: “Quanto antes se inclua os possíveis novos sócios dos Brics, mais forte será a voz do grupo (que são compostos pelo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) no cenário mundial”. O gabinete da Tailândia confirmou o pedido de seu país para ser membro do Brics em maio.

“Agradeceria muito o apoio à adesão plena da Tailândia, e espero que possa ser anunciada na próxima Cúpula dos Brics, em outubro, na Rússia”, disse Maris em seu discurso.

James Chin, professor de Estudos Asiáticos da Universidade da Tasmânia na Austrália, disse que Malásia e Tailândia estão “buscando plataformas para fazer com que suas vozes sejam escutadas”. O Brics é “amplamente visto como uma plataforma dos países em desenvolvimento”, destacou.

“Para a Malásia, unir-se aos Brics está dentro de sua estratégia que é de não apostar em apenas um sócio externo”, disse Julia Roknifard, professora assistente da Faculdade de Ciências Sociais da Universidade de Nottingham, Malásia.

Disse que foi “notável” Anwar ter feito sua declaração antes da visita oficial do Primeiro Ministro chinês, Li Qiang, a Kuala Lumpur na semana passada para comemorar os 50 anos de relações diplomáticas. “É mais que provável que a Malásia esteja pedindo o apoio da China em sua candidatura à adesão”, disse Roknifard.

Thomas Daniel, pesquisador de política exterior do Instituto de Estudos Estratégicos e Internacionais da Malásia, não está surpreso de que a Malásia queira unir-se aos Brics: “Dada a retórica do primeiro ministro Anwar sobre o sul global, sobre a multipolaridade, sobre os supostos padrões duplos dos mecanismos e regras apoiados pelo Ocidente, e sobre o desenvolvimento econômico diversificado, a possibilidade de a Malásia considerar uma candidatura para aderir aos Brics, foi sempre mais provável do que não”.

Wan Suhaimie Wan Mohd Saidie, chefe de pesquisa econômica do Banco de Investimento Kenanga da Malásia disse que a decisão da Malásia de unir-se aos Brics é “uma mudança geopolítica notável, que poderá aproximá-la de um bloco que é frequentemente visto como um contrapeso ao equilíbrio ocidental”. “se o país conseguir torna-se membro dos Brics também pode ajudar a Malásia a atrair mais investimentos da China e da Índia.

“A Malásia teria que garantir políticas econômicas suficientemente flexíveis para adaptar-se aos requisitos para ser membro dos Brics, salvaguardando ao mesmo tempo, sua soberania econômica e estabilidade”, disse Wan Suhaimie.

Participação ativa

Narongsak Putthapornmongkol, presidente da Câmara de Comércio Tailandês-China, disse que ser parte dos Brics pode solidificar a influência da Tailândia entre as nações em desenvolvimento e apoiar a participação ativa do país em grupos internacionais, incluindo o Fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico e o Grupo dos 77.

Malásia e Tailândia não são os únicos países da Asean interessados em unir-se aos Brics. O presidente indonésio, Joko Widodo, que assistiu à Cúpula dos Brics de 2023, disse que seu país  estuda a possibilidade. Pham Thu Hang, porta-voz do Ministério de Relações Exteriores do Vietnã, disse em uma coletiva de imprensa em Hanói, em maio passado, que o Vietnã monitora de perto o processo de expansão dos membros dos Brics.

Kriengsak Chareonwongsak, presidente do Instituto de Estudos do Futuro para o Desenvolvimento da Tailândia, disse que ao unir-se aos Brics, os países em desenvolvimento podem fazer suas vozes serem ouvidas no cenário mundial. “Precisamos de alianças que nos ajudem a poder fazer sentir nossa presença e que escutem nossas vozes”, destacou.

A ordem global liderada pelos EUA eventualmente acabará por enfrentar uma “ordem alternativa que emerge como um ato de equilíbrio”, disse Kriengsak.

Os analistas disseram que uma vez que se transformem em membros, se forem aprovados, ambos os países podem trazer algo para a mesa, dada sua localização estratégica.

Roknifard disse que a Malásia está estrategicamente posicionada no estreito de Malaca e no Mar da China Meridional, com importantes rotas comerciais que passam por seu território e vias fluviais. O país também é um ator importante na produção de semicondutores, um exportador chave de matérias-primas e pode servir como um centro regional para empresas e grupos empresariais de outros países do Brics.

Narongsak destacou os estreitos vínculos da Tailândia com outros países da Asean. “O entorno político estável e as políticas preferenciais do país também o transforma em um objetivo popular para investimentos estrangeiros diretos”, disse   

Na cúpula anual do bloco Brics, celebrada em Joanesburgo em agosto de 2023, o número de membros se ampliou para incluir Egito, Etiópia, Irã e Emirados Árabes.

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